sábado, 31 de dezembro de 2016

DESTAQUES DO ANO NO MUNDO DO CINEMA


Este artigo é visualizado apenas para assinantes.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

ENTREVISTA COM O CINEASTA CARLOS GERBASE



Este artigo só pode ser visualizado apenas por assinantes.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O DIÁRIO DE UM EXORCISTA - ENTREVISTA COM FABIO TOMASINI

por Emerson Links.



  Com fama de perfeccionista e egresso do teatro, Fabio Tomasini vai sempre além da interpretação básica de alguns colegas, valorizando, desde um pequeno adereço de época de um filme que esteja trabalhando até a visão de mundo do personagem que defende. Também conhecido no meio artístico como renomado dublador de filmes, o ator paulistano está entre os três principais protagonistas de "O DIÁRIO DE UM EXORCISTA - ZERO", o primeiro longa-metragem brasileiro a tratar com profundidade o tema exorcismo. Com tantas histórias de bastidores que conhece poderia realmente escrever um livro sobre o assunto. Nesta entrevista enxuta, Fabio Tomasini, dá uma ideia de como foi sua carreira até então, no cinema, teatro e televisão.




Primeiramente, a pergunta óbvia, para quem ainda não sabe, seu nome artístico é o mesmo da certidão de nascimento?

FABIO TOMASINI: Meu nome real é Paulo Fábio Roberto. Em artes uso Fábio Tomasini. Essa mudança de nome tem uma história: minha mãe tinha origens em uma família de grandes posses. Meu avô, pai dela, era um industrial gráfico muito bem sucedido desde os anos 20/30. Cujo sobrenome era bem conhecido na época. Mamãe era muito refratária a ter “artistas” incluídos na família. Muito especialmente seu único filho. Fato esse comprovado pelo fato que desde os dois anos e meio, quando comecei a desenhar, ela rejeitava meus desenhos dizendo: ”Não está bom. O que você pretende? Ser artista? Artista é profissão de marginais. ”

Fale um pouco de suas origens e influências, antes de ingressar nas artes.

FABIO TOMASINI: Meus quatro avós são italianos, mas casaram-se no Brasil. Meus pais são nascidos e criados em São Paulo/Capital. Alguns vizinhos e tios paternos artistas. Tinha uma tia que foi professora de piano, o que acostumou meus ouvidos com a música desde pequeno. Um tio, irmão de meu pai, tocava violino. Minhas primas, presbiterianas, eram formadas em piano e cantavam no coral da igreja. Quando nos reuníamos nos domingos em casa de minha avó paterna, depois das refeições, formávamos corais divididos em vozes, regidos por uma de minhas primas. Fui vizinho de um grande flautista (Prof. João Dias Carrasqueira”, pai de Maria José Carrasqueira e Antonio Carlos Carrasqueira, hoje dois renomados músicos, ela com concertista de piano e ele flautista. Fui vizinho também de Dina Sfat, uma grande atriz e de Marlene Mariano, apresentadora de TV. Como sempre tive televisão, desde que nasci, despertou em mim a curiosidade nas artes cênicas, que acompanhava pela TV.

Quando você sentiu o primeiro sinal de que a carreira artística era rumo a ser tomado?

FABIO TOMASINI: Aos 9 para 10 anos, quando fui indicado para participar de um programa na extinta TV Tupi Sabatinas Maisena). Nesse período, estudei no Liceu Tiradentes, no bairro do Sumaré, próximo a TV Tupi, colégio de propriedade de um primo de meu pai; e onde estudava a maioria dos filhos dos artistas da emissora. Posso citar os filhos de Glória Menezes, de Lima Duarte (Débora Duarte), o filho do José Parisi, a filha de Vida Alves e os filhos de Walter Stuart. Por ter ido bem numa prova de geografia, o Professor Luciano Roberto, diretor  proprietário da escola  (e como já disse, primo de meu pai), inscreveu-me no referido programa.  Desta forma fui parar na TV Tupi. Ao conhecer os estúdios, cenários e artistas, fiquei  absolutamente encantado. E saí de lá dizendo para mim mesmo: “É dentro de um estúdio que eu quero trabalhar”. Como já me apresentava nos recitais e algumas peças de teatro amador nas escolas onde estudei começou a despertar em mim o “bichinho da arte”, a entrar a “serragem do picadeiro” em minhas veias. Um dia, já adolescente, Alberto D’Aversa (diretor de teatro), percorreu as escolas dos bairros vizinhos, escolhendo “alunos”, para fundar una Escola de Teatro, E eu fui um dos escolhidos.

Depois do teatro, como você foi parar na TV e no cinema? Quais foram suas experiências mais marcantes?

FABIO TOMASINI: Ao terminar o programa que citei acima, o diretor do programa Sítio do Pica-Pau Amarelo (Júlio Gouveia) notou o garoto muito branco, de cabelos cacheados louro-arruivados e me convidou para interpretar o anjinho da asa quebrada. Fique muito excitado com o convite, mas obviamente não comuniquei aos meus pais, pois certamente seria proibido (naquela época os rigores do Juizado de Menores não eram tão radicais). Acabei indo aos estúdios e, mesmo sem autorização, participei dos ensaios e da apresentação.

Quais foram os melhores personagens que você viveu no teatro, cinema e TV?

FABIO TOMASINI: Sargento Trotter, na peça A Ratoeira; Gal. Isidoro Dias Lopes, no docudrama São Paulo Cidade Aberta; Gal. Olympio da Silveira na minissérie Amazônia; Padre Thomas Biaggio no longa "Diário de Um Exorcista". O banqueiro judeu-americano, no filme A Primeira Missa- Ou Tristes Tropeços, Enganos e Urucum. Foram tantos que ficaria difícil nomear aqui.

Quais grandes atores você adorou contracenar?

FABIO TOMASINI: Tantos... mas destaco minha participação na novela Belíssima, quando contracenei com Dona Fernanda Montenegro e Vera Holtz.

Quais personagens adoraria interpretar e que ainda não lhe fizeram convite para tal?

FABIO TOMASINI: Um Grande vilão. Os vilões sempre exigem emoções mais fortes e, portanto, interpretações mais contundentes.




Quais são os autores que você admira na literatura e na dramaturgia?

FABIO TOMASINI: Aghata Christie, Machado de Assis, José de Alencar. Aghata, por ser autora de livros, novelas e textos teatrais com temática policial. Machado de Assis e José de Alencar, quase uma imposição escolar, pelos grandes clássicos que escreveram. E Graciliano por duas obras: Grande Sertão Veredas e Memórias do Cárcere, por uma curiosidade sobre a realidade política brasileira.

Incrivelmente, verifiquei aqui que você fez a primeira versão do Sítio do Pica-Pau Amarelo para a TV.

FABIO TOMASINI: Já contei como fui parar no Sítio. Foi uma grande experiência, por ser a primeira. Os episódios eram transmitidos ao vivo, pois o vídeo-tape, na época, ainda não era uma prática comum no Brasil. Mas confesso que trabalhar com Lúcia Lambertini foi algo que marcou minha vida.
Você também participou de históricas novelas de TV como “O Direito de Nascer”e “Nino, O Italianinho”. Fale sobre essa sua experiência nesses trabalhos e o prazer de ter feito parte de uma época que existiam bons atores na “Máquina de Fazer Doidos”.

FABIO TOMASINI: Foram pequenas participações. No Direito de Nascer interpretei o papel de Albertinho Limonta, num flashback da história. Uma curiosidade: fui apresentado para o papel pela grande Lisa Negri e para poder vivê-lo, tive que ter meus cabelos escurecidos pelo cabeleireiro da emissora (Arnaldo Moscardini), o que causou um verdadeiro drama em minha casa. Em Nino o Italianinho, interpretei um vizinho da Vila onde morava Dona Santa (Miriam Muniz), e contracenei com outro garoto ruivinho (Flamínio Fávero). Foram pequenas participações, mas abriram o caminho para minha carreira como ator. Além de me possibilitar conhecer atores, como Sérgio Cardoso, Maria Della Costa, Dina Lisboa, Elizabeth Hartman, Bibi Voguel, Juca de Oliveira, Lima Duarte, Dirce Migliaccio, Lima Duarte, Laura Cardoso e tantos outros.  Também pude conhecer diretores como Geraldo Vietri, Bejnjamim Cattan, Cassiano Gabus Mendes.

Você fez uma participação nos filmes “Gaijin”, de Tizuka Yamazaki, e “Pixote”, de Hector Babenco, isso, na época, te trouxe certo reconhecimento? Como era trabalhar com esse saudoso diretor em um filme que acabou se tornando um marco em nossa história?

FABIO TOMASINI: Pixote foi um filme que também abriu portas. Interpretar o filho da viúva interpretada por Beatriz Segall, foi uma honra. Principalmente pelo enorme sucesso que o filme fez internacionalmente.  Em Gaijin interpretei um imigrante italiano e confesso que adorei fazer um filme de época.




Atualmente, você encabeçou o elenco do longa-metragem “O Diário de Um Exorcista - Zero”, conte como foi atuar num gênero, o suspense sobrenatural, tão pouco explorado no Brasil.

FABIO TOMASINI: Muitos amigos tentaram aconselhar sobre os perigos de fazer um filme do gênero terror. Confesso que adorei fazer o filme, participar de cenas muito fortes e intensas. E confesso que o resultado do trabalho foi surpreendente. O filme tem sido considerado o melhor filme do gênero terror, realizado no Brasil. O convite foi feito muitos anos antes de começar a ser realizado. Conheci o diretor Renato Siqueira pelo Orkut (hoje já extinto). O filme começou  a ser rodado quase três anos depois do convite. A princípio fui chamado para interpretar o papel do Padre Pedro Biaggio. O papel que acabei interpretando era destinado ao excelente ator Ewerton de Castro, que acabou mudando-se para Miami e abriu mão do papel. O que para mim foi um golpe de sorte.  Assim acabei assumindo o segundo papel do filme (Padre Thomas Biaggio).  Para contribuir com o trabalho, acabei sugerindo o nome de Lisa Negri,  Olivia Camargo e Vynni Takahashi. Lisa acabou levando também Vininha de Moraes. O filme tem “causado” entre os apreciadores do gênero terror, sendo comparado aos melhores “blackbusters” internacionais.

Já que o assunto aqui é cinema, cite diretores de cinema que você mais admira.

FABIO TOMASINI: Gosto muito de filmes italianos, portanto posso citar Fellini, Rosselini, Scolla, Bertolucci e tantos outros. Mas também curto Spielberg e Coppola.

Entre atores, diretores dramaturgos, quais nomes você considera injustiçados?

FABIO TOMASINI: Polansky,Truffaut, Almodovar. Osmar Prado e Drica de Morais. Polansky, Truffaut e Almodovar, por serem diretores de verdadeiras obras de arte cinematográficas pouco divulgadas no Brasil. Já Osmar Prado e Drica Morais, são, em minha opinião, os dois maiores atores da atualidade; capazes de interpretar com a máxima perfeição quaisquer papéis que lhes são destinados, imprimindo a máxima veracidade em cada um deles, por mais diferenciados que eles sejam. Por isso também os considero injustiçados.

Quais são seus filmes favoritos?

FABIO TOMASINI: Meu filme favorito é a versão completa de "1900" (Novecento), de Bernardo Bertolucci. Mas gosto também de "Cinema Paradiso"; "Cine Splendor";  "Sábado", Domingo e Segunda Feira"; "Um dia Muito Especial", "Roma Cidade Aberta", Rizzo Amaro, e tantos outros do neo-realismo italiano. Como já disse sou grande apreciador do cinema italiano, Mas incluo nessa lista o genial "Cerimônia De Casamento", de Robert Altman.




Fale do seu dia a dia, como você sobrevive no mercado de trabalho.

FABIO TOMASINI: Trabalho com dublagens. Dirijo e dublo quase de tudo. Documentários, longas metragens, e desenhos. Tenho em minha lista de personagens que dublei: Kami Samá (de Dragonball), Cavaleiro de Cristal ou Mestre Cristal (de Cavaleiros do Zodíaco), e Krancky ( o rabugento macaco velho de Donkey Kong). Além de tantos atores e de outros tantos filmes.

Tenho dois fatos a contar sobre dublagem: um dia assistindo a RAI, vi uma entrevista de Maria Villani Scicollone (irmã de Sofia Loren), ao ser argüída por uma entrevistadora que era aspirante a atriz, declarou que tinha sido cunhada de um dos maiores produtores cinematográficos do mundo (o grande Carlo Ponti), e que ele costumava dizer que para ser um grande ator ou atriz, a pessoa deveria saber dublar bem; que a dublagem era uma grande escola de interpretação, formadora de grandes atores. Infelizmente é um trabalho injustiçado e criticado. Embora a dublagem brasileira foi sempre incluída no “ranking” das três melhores do mundo (Brasil, México e China) Tem mais: numa novela em que atuei, algumas vezes, com a sensacional Dona Fernanda Montenegro, ela, quando soube que eu dublava, disse para a Vera Holtz: "Eu tiro o chapéu para quem dubla". Uma vez eu tive que dublar Jeane Moreau, no filme JOANA FRANCESA, levei um mês para concluir o trabalho. Tinha que falar português com sotaque francês e sincronizar as falas. Confesso que foi muito difícil".

Atualmente, você desenvolve algum projeto pessoal ou aguarda convites para trabalhar?

FABIO TOMASINI: Tenho dois, mas estou proibido de revelar.

Revele qual pergunta gostaria que lhe fizesse numa entrevista e que ainda foi feita, até então.

FABIO TOMASINI: “Qual a importância das artes cênicas, para o desenvolvimento de um mundo melhor?” Na verdade, desde que estudei teatro com Alberto D’Aversa, aprendi que nós, atores, somos o espelho da realidade. O público deve ver, refletido em nossos personagens, a sua própria realidade. Devem rir de seus defeitos e refletir muito sobre suas próprias atitudes. Devemos ter cultura suficiente para não cometermos erros, pois servimos como paradigmas. E assim devemos contribuir para melhorar as qualidades das pessoas, procurando imprimir ao mundo melhores qualidades.




PARA SABER MAIS SOBRE O ATOR:

ASSISTA, AQUI O LONGA-METRAGEM "O DIÁRIO DE UM EXORCISTA - ZERO", RECENTEMENTE LANÇADO EM DVD E BLU-RAY PELA EUROPA FILMES:



EM SEU PROGRAMA DE TV, RONNIE VON INDICA "O DIÁRIO DE UM EXORCISTA - ZERO", LIVRO E FILME:

 

RONNIE VON ENTREVISTA FABIO TOMASINI:





ENTREVISTA COM FABIO TOMASINI:







SITES:








terça-feira, 20 de setembro de 2016

CINEMA INDEPENDENTE - FILMES PRODUZIDOS SEM A LEI ROUANET

Entrevista com o cineasta EVANDRO BERLESI.




   Cineasta e roteirista do cinema underground gaúcho, com livros heroicamente publicados e fundador do grupo de cinema Alvoroço, Evandro Berlesi é a prova viva de que nem sempre autodidatas não possuem condições de conquistar um lugar ao sol e consequentemente serem aceitos no mercado oficial. Sua potencialidade atraiu, entre outras coisas, uma entrevista no programa Jô Soares, Pânico e demais veículos de comunicação. A boa repercussão igualmente lhe deu reputação suficiente para convidar atores famosos como Luana Piovani, Werner Schünemann, Jairo Mattos, entre outros. Em seu quarto longa-metragem, "O Maníaco do Facebook" é o mais novo cineasta gaúcho que emerge com talento, sem se importar com a indiferença das grandes corporações do cinema nacional (leia-se Globo Filmes e congeneres) e dos colegas sulistas institucionalizados. Enfim... Ninguém melhor que ele para nos contar sua história num breve resumo.



Naturalmente, vamos começar falando da sua carreira antes de idealizar o longa-metragem EU ODEIO O ORKUT. Vc sempre quis fazer cinema ou tinha em mente se aprimorar em outro segmento?

EVANDRO BERLESI:  Sempre sonhei com cinema. Inclusive, vivia perseguindo o diretor Jorge Furtado. Pois antigamente, filmes só podiam ser produzidos com película, portanto era impossível fazer um filme sem dinheiro, já que só em negativos e revelações de filmes já somavam um valor absurdo, imaginem o resto. Por tanto, um mero morador de Alvorada, sem curso superior, de família pobre jamais conseguiria uma verba grande para se produzir um filme, a única alternativa era tentar trabalhar numa das poucas produtoras da região que faziam cinema, no caso, a Casa de Cinema de Poa. Enchi o saco deles! Invadi o set do curta O sanduíche e entreguei alguns roteiros de curtas pro Jorge. Ele foi educado, mas a produtora quase bateu em mim. Depois fiquei famoso na Casa, por enviar um currículo em forma de roteiro para todos os e-mails deles. Tanto que me chamaram pra contribuir num roteiro de um edital, que para o meu azar, acabou não saindo. A minha intenção naquela época era trabalhar na Casa em qualquer função. Inclusive servindo cafezinho. Pensava que aos poucos poderia me destacar e talvez um dia dirigir um filme. Claro que eu estava enganado, isso jamais aconteceria. Mas graças ao cinema digital, no ano de 2008, com pouco dinheiro, eu dirigi meu primeiro longa-metragem, a comédia Dá um tempo!, que de cara reuniu 25 mil pessoas na sua primeira exibição em Alvorada e foi selecionada para a 13ª Mostra de cinema de Tiradentes/MG. Hoje eu me preparo pra produzir meu 5º longa, continuo pobre, acredito que mais pobre do que nunca, porém recusaria um emprego na Casa, seja lá qual fosse a função, pois a minha paixão por trabalhar com cinema está apenas nas minhas produções. Trabalhar nos filmes dos outros, seria um emprego, não um prazer.


Capa do DVD do longa-metragem.





Se o cinema está em seu sangue, conte como chegou até seu primeiro longa-metragem e por que optou pela parceria de EU ODEIO O ORKUT, com Rodrigo Castelhano. 

EVANDRO BERLESI:   Acabei relatando o processo na resposta anterior. Mas vamos aos detalhes. Eu tinha um grupo de bruxos que vivia se juntando pra fazer filmagens, chamávamos de Cervejada Produções. Éramos eu, Rodrigo Castelhano, Ivo Schergl Jr. e Giovani Borba. Um dos nossos trabalhos de destaque foi o curta Segundos os terceiros. Um roteiro meu que produzimos em Osório. O curta foi super elogiado e também selecionado para o Gramado Cine Vídeo em 2002. Depois disso, o grupo se separou e Rodrigo foi morar em SP. Em 2003 ele me encomendou um roteiro de um curta que tivesse um coreano como protagonista, pois havia um empresário coreano disposto a bancar um curta. Escrevi, enviei pra ele, eles filmaram em Piracicaba e o filme foi um sucesso, O japonês da Coréia. Ganhou 10 prêmios em festivais. Em 2007 eu lancei o meu primeiro livro, o Eu odeio o Orkut. O livro rendeu uma boa repercussão, com isso juntei dinheiro e fechei um investimento pra produzir meu primeiro longa. Criei então o projeto Alvoroço em Alvorada, no caso, a realização de um filme de longa metragem inteiramente alvoradense. Como eu não entendia quase nada da parte técnica, contratei o Rodrigo pra dirigir junto. Fechamos então esta parceria. Eu cuidava de tudo, exceto da técnica. Roteiro, seleção do elenco, preparação do elenco, ensaiava, buscava a locação, escolhia o figurino e decidia todos os detalhes. A parceria foi tão boa que montamos a produtora Alvoroço Filmes e investimos tudo no segundo filme, Eu odeio o Orkut, procedendo da mesma forma.

        Marcos Kligman com Evandro. Foto de divulgação do longa-metragem "Eu Odeio o Orkut".



De onde veio a ideia de realizar um filme como O MANÍACO DO FACEBOOK?

EVANDRO BERLESI: Ao contrário do que é normal: escrever uma história e depois pensar num título, eu geralmente faço o contrário. Penso num título comercial e desenvolvo uma história para aquele título. Foi assim com o Eu odeio o Orkut, Eu odeio o big bróder, O maníaco do facebook e agora com O último youtuber virgem. Como não tenho dinheiro pra promover o meu filme, penso em títulos que se vendem por si só. Claro que todas as histórias tem um pouco de Evandro. Eu fui viciado em Orkut, eu tentei entrar no BBB até ficar com ódio, eu fui maníaco do Facebook (sem matar ninguém, é óbvio hehe) e sofri todas as desilusões amorosas de Jorge em Dá um tempo e de Gabriel em O último youtuber virgem.




Quando você teve a ideia de trabalhar com atores veteranos fazia ideia de que iria alcançar tal objetivo? Digo isso, porque, geralmente, aí no sul do país, sempre que alguém tem uma proposta que foge do cotidiano esse alguém é chamado de louco. De que forma você se blindou para não ser contaminado pelos grupos que geralmente, em OFF, torcem ao contrário por mero provincianismo?

EVANDRO BERLESI: Não entendi a pergunta kkkk.

Provincianismo ou  inveja? Do tipo “eu gostaria de fazer, mas já que eu não faço, tomara que ninguém consiga fazer” ?

É evidente que para muitos eu sou louco. Inclusive pelo fato de ser um cara que vive numa pindaíba e mesmo assim quer fazer um filme atrás do outro. Realmente fiquei surpreso quando celebridades como Luana Piovani toparam fazer parte do nosso filme bizarro sem pagamento de cachê simplesmente pelo fato de querer apoiar a iniciativa. Serei grato a Luana pelo resto da minha existência.

Mas lá no fundo eu não me blindei. Vivo no mundo dos sonhos. Mal durmo a noite, estou sempre articulando planos. Me envolvo em 200 projetos pra talvez 1 dar certo. Inclusive este do youtuber, não está nada certo. Apenas finalizei o roteiro, tenho duas reuniões pra ver se consigo grana, mas indiferente disso que já coloquei na cabeça que vou fazer, mesmo sem nenhum real. O fato é que com grana pode ficar um pouco melhor, sem grana pode ficar um lixo. Mas vou fazer.


Luana Piovani prestigiando o livro "Eu Odeio o Orkut".






Você já pensou em se associar a outros talentos, produzindo outras histórias / projetos promissores (dentro e fora do sul) ou pretende somente trabalhar com conteúdo autoral idealizado para si?

EVANDRO BERLESI: Como respondi na primeira pergunta. Não tenho prazer em trabalhar em produções dos outros. Mas faço isso por dinheiro. Por outro lado, francamente não sei eu somaria.
Na verdade, me considero mais roteirista do que diretor. Por tanto, gostaria de ver os meus roteiros serem filmados por outros diretores e não por mim. Mas enquanto isso não acontece, lá vou eu mesmo estragar as minhas histórias hehehe.



Evandro posando de "Macho Man".




Foi uma surpresa para você saber que no resto do país, conforme aponta a última matéria do blog A BÍBLIA DO CINEMA sobre várias produções independentes que não recorreram a Lei Rouanet e editais? Surpresa, pergunto, na questão dos temas serem ricos e urgentes, afinal, diferentemente do que acontece no mainstream só temos ultimamente a opção de assistir filmes com comediantes de stand up (Paulo Gustavo ou Leandro Hassum), atores da Globo protagonizando dramas sobre casais e solteiros que são fracassados no amor ou mesmo fórmulas demasiadamente desgastadas.

EVANDRO BERLESI:  Sim, surpresa. Eu era um fã alucinado por cinema nacional. Se o filme era nacional, eu dava um jeito de assistir. Via de tudo, desde as chanchadas, dos filmes cabeças – e chatos – do Glauber Rocha, os sensuais do Walter Hugo Khoury até as bombas do Fabio Barreto. Dificilmente eu gostava de um filme nacional, mas mesmo assim assistia, pois aquilo tinha cara de cinema. Sempre vi de tudo! Porém o cinema nacional perdeu esse espectador exatamente pela falta de conteúdo e a aproximação com as tele novelas. Os filmes viraram micro novelas. Eu não quero assistir um filme e ver todo o elenco da novela, e sempre as mesmas figuras. Odeio todos os filmes com Leandro Hassum. A praia do cara é o teatro, é programa de comédia imbecil. Não o cinema. Ele ri das próprias piadas em cena, olha pra câmera, interpreta de forma exagerada, caricata. Enfim, aos poucos, fui deixando de assistir cinema nacional.


Evandro Berlesi em Alto-Mar.



a)Você pretende assistir essas produções independentes citadas no blog, como é o caso do longa O DIÁRIO DE UM EXORCISTA e OS DESAPARECIDOS?

b)Você acredita que esse movimento possa se tornar forte a ponto de influenciar as grandes produtoras a investir nos novos talentos?

c) Sobre a polêmica em torno da extinção do Ministério da Cultura e CPI da Lei Rouanet o que você teria a declarar momentaneamente?

EVANDRO BERLESI: a) claro que sim. Quero assistir!

b) não acredito que o movimento possa influenciar, pois as grandes produtoras não investem nada, fazem filmes com dinheiro público e depois ainda comercializam. Por tanto, necessitam de ideias comerciais com atores da novela. Infelizmente é a realidade.

c) Sobre o ministério da cultura. Eu fui a favor da extinção por uma questão justa, o país está afundando e no momento a prioridade é a comida na mesa. O Minc é um cabide de emprego para esquerdistas e artistas que mamam nas tetas do governo. Só quem se beneficia com esta cultura são os partidários.








Filmes independentes que seguem a linha "Faça você mesmo", entre os quais, o já mencionado "Eu Odeio Orkut".




Fale um pouco de seu trabalho do dia a dia, como sobrevive no mercado e planos para o futuro.

EVANDRO BERLESI:  Sobrevivo com minha câmera. Faço um bico hoje, outro no mês que vem. Ganho pouco, pago minhas contas, compro o básico. Nada de luxo. Mas sou feliz assim. Quando eu trabalhava em empregos que odiava era a mesma coisa. Então prefiro fazer o que eu gosto e ser livre.
Quando começo um projeto de um filme, vendo alguns patrocínios, coisa pouca, dá só pra pagar as pequenas despesas. Porém como o projeto de um filme dura quase 1 ano, incluindo a edição que também sou eu quem faz, a grana acaba e o compromisso continua.

Por isso meus planos pro futuro é investir cada vez mais no Youtube. Vemos aí uma galera de "youtubers" que não produzem conteúdo nenhum, ganhando fortunas, com milhões de inscritos. Bom, se isso existe, também quero a minha parte, só que ao contrário deles, tenho muito conteúdo pra produzir. Talvez este meu desejo tenha me levado a escrever este novo longa. Mas é isso, este é o novo projeto.


       Evandro Berlesi apresentando o programa "Saporra", exibido regularmente no you tube. 



Quais são suas influencias como diretor?

EVANDRO BERLESI: Apesar de meus filmes não apresentarem nada deste diretor, sou fã de Hitchcock, inclusive tenho um baita quadro dele na parede da minha sala. Creio que não seria justo citar um diretor, mas uma época. Meus filmes possuem muito da linguagem dos filmes que eu assistia na Sessão da tarde nos anos 80. É uma coisa mais descompromissada. Eu priorizo a história, a interpretação dos atores e a música do filme. Não dou a mínima para a fotografia, estética ou linguagem de câmera. O público quer é uma boa história, quem está preocupado com fotografia são os críticos. Por isso, eu vou preferir um filme comercial do Steven Spielberg mesmo ao invés de um clássico de Jean- Luc Godard. Mas veja bem, comercial mas com história. Filmes de ação como Os mercenários, Velozes e furiosos, nem assisto.

Gravações do primeiro longa, "Dá Um Tempo" (2008).



Com que atores veteranos gostaria de trabalhar?

EVANDRO BERLESI:  Gostaria muito de fazer um filme com o Isaac Bardavid. Pura nostalgia. Simplesmente porque ele dublou 90% dos filmes da minha infância e adolescência. A voz deste homem, me emociona. Seria uma honra ter esta voz num filme meu.
Agora vou citar um cara que gosto muito e que vai parecer estranho, pois não é um ator consagrado, já que seu estilo sempre foi comédia. Mas me amarro muito no trabalho do Luis Fernando Guimarães, com certeza é um cara que ainda irei trazer para um filme meu.







Cite um ou mais injustiçados do cinema brasileiro.

EVANDRO BERLESI:  Não posso citar ninguém pois realmente não domino o assunto.
Fazer cinema no Brasil é algo tão difícil, que mesmo aqueles diretores que conseguem bons apoios, leis de incentivo, mesmo estes, fazem 1 filme a cada 5 anos. Isso é um absurdo.
Mas vou citar um diretor da velha guarda que fez ótimos filmes e nunca mais ouvi falar: Ugo Giorgetti.





Que conselho você daria a um profissional que estaria iniciando um projeto de cinema, hoje, baseando-se na sua experiência e exemplo como profissional da classe?

EVANDRO BERLESI: Meu conselho é sempre o mesmo. Vai e faz! Não dá pra ficar esperando conseguir grana pra alugar a melhor câmera. Conseguir as melhores lentes. Com um bom roteiro na mão, você encontrará parceiros pra fazer seu filme tornar-se realidade, então “mãos a obra”.

Lançamento de seu novo livro, "Game Over".


Revele qual pergunta gostaria que lhe fizesse numa entrevista e ainda não foi feita, até então.

EVANDRO BERLESI: Qual seu objetivo? 30 filmes de longa metragem até a minha morte. Faltam 26. Estou com 39 anos. Ou seja, vai ser difícil, pois dificilmente consigo fazer um filme por ano. Mas enfim, vou tentar kkkkk.





FILMOGRAFIA

Curtas

2012 - Traz Papel! (vencedor do Prêmio de Melhor Curta no 7º Cine Favela/SP)

2012 - O ano do tsunami

2012 - Dj´s do busão

2012 - Quem vê bullying não vê coração

2012 - A Gangue do batom

2009 - Achei um violão

2009 - Preserve-se

2009 - Tecnicamente Apavorados

2009 - Tem Gente! (vencedor do Prêmio de Melhor Curta na Mostra Independente de Porto Alegre/RS em 2009)

2004 - O Japonês da Coreia (roteiro)


Médias

2010 - Vídeo Suicida



Televisão

2009 - Perfume de Hortênsia (micro-série - SBT RS – roteirista)

2007 - Verão o amor (micro-série - SBT RS – roteirista)

2007 - VidAnormal (seriado – TVCOM/RS – roteirista)


Bibliografia

2006 – Prêmio Revelação Literária da Feira do Livro de Porto Alegre/RS (contos, Ed. Palco Habitasul)

2007 – Eu odeio o Orkut (romance, Ed. Alcance, Besouro Box)

2008 – Arrependimento Mata (romance, Ed. Besouro Box)

2016 – Game Over – Quem ta solteiro quer casar, quem ta casado quer morrer (romance, Ed. Besouro Box/lançamento em ago



REPORTAGENS SOBRE O CINEASTA, veja nestes links:

http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/entretenimento/noticia/2015/06/filme-rodado-em-alvorada-tem-estrela-global-no-elenco-4775317.html

http://cinema.uol.com.br/noticias/redacao/2015/08/07/com-ricardo-macchi-como-tinder-filme-critica-confusao-entre-real-e-virtual.htm

http://cinebrasil.tv/index.php/filmes-de-evandro-berlesi

http://www.jornalasemana.net/noticias/cultura/evandro_berlesi_lanca_seu_terceiro_livro/3772





PARA SABER MAIS SOBRE EVANDRO BERLESI, assista:































ASSISTA NA ÍNTEGRA O LONGA-METRAGEM "EU ODEIO O ORKUT":



EVANDRO BERLESI TAMBÉM É APRESENTADOR DO PROGRAMA "SAPORRA":













O MANÍACO DO FACEBOOK - Filme completo:


domingo, 22 de maio de 2016

FILMES PRODUZIDOS SEM A LEI ROUANET BRILHAM DE NORTE AO SUL.

por Emerson Links.





  Enquanto o debate nas redes sociais se torna cada vez mais radical em virtude da elite de artistas de esquerda ter (supostamente) se beneficiado de verbas astronômicas para a realização de suas produções cinematográficas, vários grupos independentes de artistas, produtores, técnicos e cineastas independentes de diversos estados do país, sem ranço ideológico, arregaçaram as mangas e tornaram realidade o sonho de fazer cinema. Aliás, esse é também um sonho alimentado pelo autor dessas linhas que há 17 anos está gravando o documentário mais longo da história, "Bíblia do Rock", com entrevistas dos pioneiros do ritmo que transformou o século XX e lançou a música jovem em todo o planeta. Por se valeu da convivência de nomes que não estão mais entre nós, "Bíblia do Rock" pretende ser a obra audiovisual mais completa do gênero. Entrevistas raras de nomes que inclusive antecederam a jovem guarda, tais como Celly Campello, Sergio Murilo, George Freedman, Tony Campello, Carlos Gonzaga, Baby Santiago, Wilson Miranda, Bobby Di Carlo, Demetrius, Renato e seus Blue Caps, The Jordans, The Clevers e assim por diante. Logo alguns destes seguiram na jovem guarda e novos nomes eclodiram como Roberto Carlos, Wanderlea, Erasmo Carlos, Ed Wilson, Meire Pavão, Ronnie Von, Leno e Lillian, Deny e Dino, etc. Correndo simultaneamente ao movimento jovem guarda havia bandas que se assumiam apenas como "rock", caso dos Mutantes, The Youngsters, Os Baobás e Made in Brazil (em início de carreira). Enfim, artistas que hoje ninguém imagina que tenha existido e numa época que era necessário ter voz e saber tocar algum instrumento. O rock and roll surgiu com uma batida bem primal e instrumental de cordas crú, que dificilmente algum roqueiro adepto do metal ou gótico entenderia como rock. Mas foi assim que tudo começou nos EUA e na Europa, o rockabilly, o som doo wop, spirituals, gospel, country and western , o blues urbano, folk e todas as vertentes colidindo umas contras outras. "BÍBLIA DO ROCK", livro e filme abordará tudo isso e muito mais.
  Pra completar, também, está em curso "A Bíblia do Cinema" (conforme atesta esse blog em sua primeira postagem) e o filme de ficção "O Amor nos Tempos da Internet". E muito dinheiro foi investido do próprio bolso nestes projetos que sequer encontraram algum produtor que alavancasse tudo via Ministério da Cultura.


George Freedman, jovem e belo, em início de carreira. Interpretava originais como "Adivinhão", que era de autoria de Baby Santiago. (1961)

Carlos Imperial era DJ, ator, produtor e agitador cultural. Foi graças a ele que o rock and roll ficou popular no Rio de Janeiro nos anos 1950.

O carioca Sérgio Murilo foi o primeiro cantor genuinamente "teen" da primeira leva do rock juntamente com Tony Campello e sua irmã Celly.


Os brotos legais, Celly Campello e Tony (Campello).


Tony Campello dando entrevista para Emerson Links, no inverno de 2000.



Baby Santiago, o esquecido compositor de vários sucessos que antecederam a segunda fase do rock durante a onda da jovem guarda.










Deny e Dino.


Leno e Lilian.



                                                  Serguei e Janis Joplin.

                                           Rita Lee e Tutti Frutti.



DESABAFO 1:

"Sem produtor, vou tocando meus projetos do jeito que dá. Esse papo de que os políticos de esquerda ou de direita se importam com artistas e produtores independentes é pura mentira. É discurso eleitoral. Só os fanáticos acreditam." (Emerson Links)

DESABAFO 2

"No Brasil, por todos lugares que rodei entrevistando e documentando shows de cerca de 1800 artistas e bandas de todas as épocas, nunca encontrei uma parceria de fé que pudesse se unir a mim e cristalizar o projeto de livro e longa-metragem. Levo uma vida nômade desde 1999 para biografar minuciosamente esses 60 anos de rock no brasil e no mundo. Fora o romance que escrevi e chegará a versão final agora em agosto, também, deixando para a posteridade mais um produto "Bíblia do Rock". Infelizmente, eu não sei se algum dia encontrarei co-produtores sérios no Brasil. Eu devia ter saído do país na época que me fizeram convite, quando eu tinha 17 anos e comecei tudo. Se fosse lá fora garanto que alcaçaria resultados. Aqui, só sabem apoiar filme de favela ou comédias românticas de uma classe média ou baixa, sem a veracidade adequada. Se for para dividir a "Bíblia do Rock" com um produtor medíocre prefiro colocar fogo em tudo e levar toda a história para o túmulo. Ao menos será um trunfo meu tornar tudo inedito para sempre, pois investi dinheiro, trabalho, suor e lagrimas em tudo isso". (Emerson Links)



ASSISTA ESSA REPORTAGEM DE TV PARA CONHECER O PROJETO:









CINEMA X SOCIEDADE      

  É de conhecimento público que o Governo anterior beneficiou muitos profissionais de diversos segmentos culturais e artísticos (não apenas cinema) e que uma grande parte foi de celebridades consagradas que não necessitavam de uma Lei de amparo, pois seus projetos eram (e ainda o são) altamente lucrativos. A grande verdade é que, ignorando qualquer pesquisa já realizada por jornais e revistas, o público brasileiro ainda possui preconceito contra o cinema nacional (a própria expressão incomoda e bem que poderia ser compactada apenas como "cinema"), graças, entre outros fatores, a concorrência desleal das produções norte-americanas que já chegam no Brasil com a bilheteria paga e ainda assim monopoliza a distribuição nas salas de cinema. Sem ter como competir com um país mil vezes avançado tecnologicamente, com um star system assegurado em todo o planeta, as produções fecundadas em solo tupiniquim, amargam na hora de arrecadar verbas para a viabilização. Mesmo que um filme seja realizado por uma major brasileira, qualquer cidadão deveria saber que os custos são altíssimos, não por  questão de luxo, mas porque tanto a matéria prima quanto a mão de obra qualificada são cobradas taxas exorbitantes. Não é mesmo que gravar um disco ou um livro. Daí, a confusão nas redes sociais pregada pelos mal informados de plantão que ficam retaliando a tudo e a todos. Em primeiro lugar, se artistas de esquerda (ou de direita) infiltrados no Ministério da Cultura do governo Dilma, realmente desviavam verbas essa é uma questão a ser investigada, agora, culpar o cinema brasileiro ou a existência de um ministério que sempre existiu é pura ignorância. A palavra "cultura" não foi inventada pelo PT ou qualquer outro partido, sempre existiu e continuará existindo, independente da reclamação dos radicais de esquerda ou de direita porque, afinal de contas, os únicos países que conseguem ter suas obras pagas na bilheteria são os Estados Unidos e a China. Se alguém pensa o contrário é porque não entende nada de matemática. Todo mundo sabe que, até na ditadura militar, os filmes eram financiados por um órgão, na época, batizado de EMBRAFILME. em razão da carência no setor de produção e pela preservação da cultura. Outra coisa, a lei Rouanet nada tem a ver com os cofres públicos porque tem vínculo com a renúncia fiscal de empresas privadas que investem em projetos culturais e artísticos. A lei Rouanet não é fundo ou um caixa onde qualquer mal intencionado põe a mão para desviar verbas. O desvio de verbas é outro assunto, sim, de fundos que o MinC criou ou promove periodicamente. Portanto, o que está havendo é falta de informação do povo que frequenta as redes sociais e está indignado (com toda a razão) com o rombo deixado pelo governo Dilma, mas tal rombo não deve ser creditado somente ao Ministério da Cultura, considerando que existem muitos ministérios que possivelmente desviaram verbas bilionárias como a Agricultura, Saúde, Educação, etc. Por que não desviarmos o debate, de forma saudável, para essas outros setores? Simples, porque a imagem do Ministério da Cultura está associada a artistas e profissionais de esquerda, celebridades da mídia e por boa parte do público que odeia a Rede Globo, mas que nunca esquece de trocar de canal quando a TV está ligada. Vamos lembrar que artistas globais não inventaram o Ministério da Cultura e que se maioria ficou no primeiro lugar da lista de beneficiados é culpa de quem estava lá fazendo apadrinhamentos e não daquilo poderá se tornar a nova Secretaria da Cultura ou novo Ministério.
  Voltando ao foco e real razão de eu abrir um debate com esse artigo é que, enquanto artistas (globais ou não) contavam com verbas milionárias oriundas de renúncias fiscais de empresas ou fundos de produção (aí, sim, talvez exista "aquilo" que os cidadãos das redes sociais estão reclamando como desvio de verbas), produtores independentes ficam na última fila (ou nem isso), sem ver seu projeto cultural ter a sua chance. Se existia algum tipo de injustiça esta pesava na pele de alguém  que também era artista ou técnico, que sempre trabalhando honestamente e pagando seus impostos em dia, agora, também é criticado como se fizesse parte do mesmo balaio de gatos do antigo Ministério da Cultura. Isso, sim, é um radicalismo, nunca visto. Como sempre digo em meu perfil, não sou esquerda e nem direita, sou apenas um cidadão que critica este sistema corroído. Estou muito acima de qualquer discussão que caia no clima de irracionalidade. Sabemos que em países de Primeiro Mundo a cultura é elevada a um nível de superior, mas, aqui, no Brasil, milhões de analfabetos funcionais e universitários incultos, ocorre a inversão de valores, com uma boa parcela, em tom de vingança, pregar palavras de ódio e intolerância propondo o fim de um ministério. Por que todos não propõem o fim do Ministério dos Esportes, então? Ah, não! Povo alienado não pode viver sem futebol que enriquece os bolsos de jogadores de futebol que jamais se preocuparam em saber que tudo o que nos cerca leva a expressão "cultura". A cultura é a identidade de um povo e de uma nação. Países europeus e Estados Unidos, pelo menos, sabem disso, e toda e qualquer discussão promovida nas redes sociais tratada com educação e respeito. Que povo é esse que fala de patriotismo mas prega desunião? Daqui há pouco, tanto o fanatismo de esquerda quanto de direita poderá trazer resultados vergonhosos para a nação. Críticas são bem-vindas, sim, mas críticas construtivas. Basta de reclamações apresentem soluções. Brasileiro adora cobrar, mas na hora de ser cobrado, muitas vezes, comporta-se pior que o réu que está sendo julgado. Atualmente, com o advento da Operação Lava à Jato, liderada pelo juiz Sérgio Moro, o país promete ser passado a limpo. Será mesmo? O tempo vai dizer...
  Antes que alguém experimente contra-argumentar pensando que estou do lado "deste" ou "daquele", volto a repetir a minha real posição: sou apolítico, ou seja, não possuo partido. Não sou PT, PSOL, PDT, PSDB, DEM, PMDB e seja lá o que for. Tão pouco seria justo eu ser taxado de anarquista, uma vez que me posiciono de forma politizada e sem fazer politicagem. Antes de qualquer coisa sou um cidadão com direitos e deveres. Lembrem-se que os políticos já cultivam sua própria bandeira e que na época das eleições todos se unem novamente para compor alianças. Portanto, senhores, vamos refletir e pensar na educação e cultura de forma racional.





TESOUROS PERDIDOS? FILMES PRODUZIDOS SEM A LEI DO AUDIOVISUAL.

  Num país pobre como o Brasil e não em desenvolvimento (conforme anunciado pelos governos Lula e Dilma), o cinema ainda é uma obra milionária e que dificilmente pode ser produzida com poucos recursos. Todavia, abaixo, apresento a vocês, produções independentes do novo movimento de cinema brasileiro que emerge ignorando toda e qualquer oligarquia.

DESAPARECIDOS



  Numa iniciativa do cineasta David Schurmann, de fazer um filme de terror de alto potencial e com uma fórmula de raspão já assegurada pelo cinema americano em filmes como "A Hora do Pesadelo" e "Sexta-Feira 13", bastou ele se aliar a outros profissionais criativos e inconformados com o sistema de produção vigente para seu sonho de pesadelo (no bom sentido) virar realidade. Com um bom elenco de atores recrutados no underground paulistano, "Desaparecidos" é mais uma prova de que todo o tipo de preconceito contra o cinema nacional pode ser derrubado numa única exibição do filme, que estreou nos cinemas em 2011 e posteriormente encontrou distribuição em DVD e Bluray. Óbvio que se você encontrá-lo disponível no you tube não será nenhuma surpresa. Mas, surpresa mesmo foi descobrir depois que a atriz Natália Vidal alcançou projeção na novela "Amor & Revolução", uma super produção exibida pelo SBT.

A atriz Natália Vidal.


SINOPSE
Outubro de 2011. Uma festa VIP, em Ilhabela no litoral paulista. O convite? Uma câmera de vídeo que deve ser usada o tempo todo. Ela registra, aleatoriamente, imagens sem você saber quando está ligada.
Parece a festa perfeita? Não para um grupo de amigos que colocou o pé na estrada rumo à última balada de suas vidas. Dias depois de desaparecerem sem explicação, as autoridades encontraram seis câmeras abandonadas na mata.  Nelas as aterrorizantes imagens do que realmente aconteceu com os desaparecidos e porque as autoridades mantiveram segredo.
Você quer mesmo saber a verdade?
FICHA TÉCNICA
Direção: David Schurmann
Roteiro: David Schurmann e Rafael Blecher
Produtor: David Schurmann
Ano: 2011
Gênero: Terror, Suspense
Duração: 73’
ELENCO
Charlene Chagas (Alexa)
Natalia Vidal (Kamila)
Pedro Urizzi (Marco)
André Madrini (Rodrigo e Escravo)
Fernanda Peviani (Fábia)
Adriana Veraldi (Carla)
Francisco Carvalho (Pescador)
Eliot Tosta (Namorado)

 Assista o trailer:



EU ODEIO O ORKUT



  Foi também em 2011, que os gaúchos Evandro Berlesi e Rodrigo Castellano, viabilizaram um filme que só pelo tema chamaria atenção de qualquer produtor de calibre da corte cinematográfica. Quis o destino que Berlesi, misto de ator, escritor, cineasta e roteirista, lançasse um livro antes e fizesse um pouco de barulho. Ele sensibilizou gente de prestígio como Luana Piovani e o galã de TV Julio Rocha, que sacaram que uma boa ideia poderia virar um bom produto, independente de suas origens. Com cerca de 2 horas e 9 minutos, metragem inapropriada para uma produção do gênero, "Eu Odeio o Orkut", obteve êxito na base do boca a boca. Por se tratar de uma produção gaúcha, o que significa meia dúzia de portas para bater, na intenção de constituir uma boa parceria monetária, o longa-metragem, também estrelado por Marcos Kligman, Jessica Amaral, Jairo Mattos e pelo próprio Evandro Berlesi, teve logo em seguida uma segunda chance, com o lançamento em DVD duplo em todo o país.
  A coisa não parou por aí, Berlesi, com sua cabeça fervilhando de ideias, criou o grupo Alvoroço para a consolidação de novos projetos e parcerias. Situado em Alvorada, cidade da Grande Porto Alegre, o grupo Alvoroço espera algum dia fazer parte da tradição cinematográfica gaúcha. Recrutando tanto atores profissionais quanto amadores, atingiu seu ápice com o lançamento de "O Maníaco do Facebook", que contou com atores globais como Werner Schunemann (também diretor de longas-metragens) e o Ricardo Macchi (mais conhecido por ter arriscado sua carreira de protagonista encarnando o cigano Igor na telenovela "Explode Coração", exibida pela Globo em 1995). Esses e muitos outros, por trás das câmeras, ajudaram a fazer a diferença. E provavelmente continuarão ajudando. Afinal, os tempos mudaram, o que vale hoje não é um grande conglomerado ditando o gosto popular e sim um núcleo criativo expandindo a verdadeira arte e cultura.


Sinopse de "Eu Odeio o Orkut": Jader Bertola, trabalha de office-boy na funerária de seu tio, até viciar-se no Orkut (chegar ao offline do poço) e perder tudo, incluindo emprego e a namorada (que não estava disposta a continuar com um cara sem diploma, sem carro e sem vergonha na cara). O rapaz alvoradense entrou inocentemente na internet em busca de uma namorada para poder esquecer a última (que lhe trocou por um balconista do McDonald´s, local onde ele nunca colocou os pés por questões políticas) e acabou tornando-se um dependente. Internado em uma clínica de desintoxicação orkutiana, Jader Bertola faz um download de suas memórias para um colega de quarto escrever um livro contando a sua decadência (do convite maligno até o offline), como um alerta aos jovens que dia após dia entram idiotamente no Orkut sem saber que estão entrando num caminho sem volta, pois a cada duas pessoas que deletam suas contas no site (e saem fora), entram três (sendo que duas dessas três são aquelas duas que acabaram de deletar. Jader relata toda a sua vida, desde alguns fatos da infância na cidade, até a fase adulta (onde, às vezes, se comporta como uma criança).   O filme é uma adaptação do livro homônimo de Evandro Berlesi.


O cast básico do longa-metragem.



Luana Piovani prestigiando o livro "Eu Odeio o Orkut".


Para assistir, com a mente aberta, no you tube:    

     
    
O MANÍACO DO FACEBOOK - Filme completo:



DIÁRIO DE UM EXORCISTA



Se a queixa de um filme com limitados recursos econômicos, entrar em sua pauta. Imagine outro filme sem apoio da Lei Rouanet repleto de efeitos especiais e sustos. Foi assim que o multimídia (ator, diretor, produtor e confeiteiro de efeitos especiais, no bom sentido) Renato Siqueira despontou dos cursos que ministra na capital paulista para a fama. Evitando recorrer a órgãos culturais e seus profissionais de leis fomento que deviam estar apoiando os novos talentos, Renato arregaçou as mangas e se valeu de autossuficiência financeira para tirar das trevas o longa-metragem "Diário de Um Exorcista". Repetindo a mesma dinâmica feita por Evandro Berlesi em 2011, de lançar um livro antes do filme, Siqueira, em parceria com a Beto Perocini Produções, realizou o primeiro grande épico do cinema independente. No elenco, contou com atores de teatro experientes como Fabio Tomasini, Lisa Negri, Silvana Farina e alguns estreantes escolhidos a dedo. O filme tem tudo para supreender. Ao contrário das produções sem distribuição comentadas aqui, o longa-metragem de Renato Siqueira sai disparado na frente por ter um grande lançamento em DVD pela Europa Filmes. Não é novidade que grande parte dos lançamentos tem alcançado mais resultados quando comercializados nesta modalidade.


 Quando uma tragédia inexplicável abala sua família, o jovem Lucas Vidal desperta para a desafiadora missão de enfrentar o inimigo maior do homem e de Deus: o próprio Diabo. A história (baseada em fatos reais) do padre Lucas Vidal - um dos maiores exorcistas da América Latina - é contada em aterrorizantes detalhes. Conheça batalha dos padres exorcistas contra esses terríveis seres profanos que crescem em número e poder a cada dia. O mal foi liberto e não se sabe mais quem é humano e quem é demônio. Como poderão, os padres exorcistas, enfrentarem o inconcebível poder das trevas?

“Diário de um Exorcista – Zero” foi baseado no primeiro livro nacional sobre exorcismos reais lançado em 2013, "Diário de um Exorcista" (Generale), dos autores Luciano Milici e Renato Siqueira.

- Site oficial: www.diariodeumexorcista.com.br
- IMDB: http://www.imdb.com/title/tt4930760/?...
- Fanpage: https://www.facebook.com/DiarioDeUmEx...
- Instagram: /diariodeumexorcista
- Twitter: /diarioexorcista

Para fãs de terror e suspense, nasce uma produção nacional com um tema muito polêmico: o exorcismo.

“Diário de um Exorcista – Zero” será lançado exclusivamente em Vídeo on Demand e DVD, e dará origem à trilogia que será lançada nos cinemas a partir do próximo ano:

‘Diário de um Exorcista I – Gênese do Mal’
‘Diário de um Exorcista II – Possuídos’
‘Diário de um Exorcista III – Apocalipse’

A trilogia apresentará personagens, arcos, efeitos e muito mais terror, além de surpresas que não estão no livro e nem no Diário de um Exorcista – Zero.





Maiores informações podem ser obtidas no blog oficial de "O Diário de Um Exorcista": http://diariodeumexorcista.com.br/


Assista o trailer oficial do filme: 






QUERO DIZER-TE ADEUS



  O novo movimento de cinema brasileiro tem espaço até para cinebiografias de personalidades da história de nossa música. Longe de ser uma super produção como "Tim Maia" ou "Não Pare na Pista" (o filme sobre Paulo Coelho), "Quero Dizer-te Adeus", dirigido por Dimas Oliveira Júnior, um apaixonado pelo cinema clássico de Hollywood dos anos 1930 a 1960 e filmes da Vera Cruz e Atlântida, surge como um novo portal de possibilidades, o de resgatar ídolos da primeira metade do século XX, que normalmente as massas que nutrem o mau gosto pela música brega atual jamais suspeitariam existir. Tal como uma aula de história, porém, com pinceladas de entretenimento qual uma jukebox, Dimas Oliveira Junior em parceria com a sócia, a atriz Julia Costa, promove um lindo festival da velha guarda da música brasileira. A escola de atores, batizada de Oficinas Rosina Pagan, surgiu o projeto Velhos Nomes Novos Talentos, onde artistas da música de outrora são resgatados em curta-metragens que são exibidos regularmente no cine Odeon, no centro de São Paulo. A cada turma de alunos que encerra um curso que é ministrado por um núcleo de profissionais da casa, nascem longas-metragens e curtas que preservam a memória cultural de um tempo em que os brasileiros tinham orgulho do seu país.
  Economizando tempo em procurar celebridades dispostas a encarar os grandes nomes da música, Dimas criou seu próprio star system tal como a Hollywood que ele tanto amou desde que se conhece por gente. Em seus filmes, ainda há espera de lançamento compensatório em grande circuito comercial ou em DVD / Bluray via alguma distribuidora, destacam-se nomes como Willian Mello (do longa-metragem "Quero Dizer-Te Adeus"), Jefferson Mascarenhas (também co-astro do mesmo filme que Willian protagoniza), Bárbara Danielli (idem), Milene Haddad (mais especificamente revelada em montagem teatral, "Eu Quero é Pecar") e Talita Lima (que inacreditavelmente é a reencarnação da pioneira do rock Celly Campello em um documentário ainda inedito nos cinemas batizado de "Os Brotos Legais"), e a própria Julia Costa, a já citada sócia fundadora da Rosina Pagan e atriz de "Quero Dizer-Te Adeus" (cinebiografia sobre Orlando Silva). Em seu turno, Dimas procura privilegiar o talento, mas boa parte dos seus eleitos invariavelmente se enquadram na beleza física "padrão", que também era muito consumida pelo público do clássico cinemão. Com exceção de Evan Aires, pouco se observa no cast da Rosina Pagan uma brecha para atores fora dos padrões, ao nível de um Al Pacino, Dustin Hofmann ou Adrien Brody. A aceitação maior é sempre em torno de um candidato/aluno que lembre beldades consagradas que qualquer performer anti-estabilishment. Eu disse na maioria das vezes porque nesta escola todos os grandes talentos fazem a diferença. E mais... Combinar talento e beleza física nem chega a soar como descompasso, valendo-se de que a premissa do cinema é brindar o público com belas imagens seja através de atores ou paisagens (ou as duas coisas ao mesmo tempo). Numa época em que os caçadores de talentos andam sem talento e promovem um festival de figuras antifotogênicas no cinema oficial estamos quase descendo a ladeira nesse aspecto. Outro fator depreciativo, não esquecendo de acrescentar, é a questão dos atores de TV, que ficaram tão super expostos que acabaram despertando um alto grau de rejeição nas redes sociais. Existe tanto ator que já foi famoso e de talento que hoje poucos produtores lucidos os chamam para trabalhar. Enquanto isso, a esquerda rebate para defender a panelinha. Por outro lado, vem a direita que odeia o cinema brasileiro radicalizar com boicotes. Boicotar tudo e a todos é um ato de extremo subdesenvolvimento cultural. No final das contas, nós, artistas independentes e apolíticos, estamos sós. Ou então é hora de nos unirmos. Portanto, assistir uma iniciativa tão salutar como das Oficinas Rosina Pagan, nos faz acreditar que o american way of life não pertence apenas a cultura americana. É um sonho de todos, desde que não falte dinheiro, claro, efetuar uma matrícula. Se tudo parecia difícil para os estreantes, pelo menos, agora, abre-se esse portal de oportunidades.




Segundo a sinopse no facebook, é um filme que retrata a verdade de um ídolo do Rádio.
Essa é a história de uma voz, uma bela voz, que não durou mais do que o tempo equivalente a uma breve infância biológica. Exatos oito anos mais seis meses.A vida, os amores, a VOZ de Orlando Silva. 




Confira o trailer do longa-metragem ainda indisponível no you tube e outras plataformas:
   


Assista o making OFF de "Quero Dizer-Te Adeus":




O filme estreou em 18 de novembro de 2015 na Cinemateca de São Paulo.




SÓ PELO AMOR VALE A VIDA



  Também trafegando pelo mesmo hemisfério que Dimas Oliveira Junior, mas, de modo mais modesto está a produtora Mirella Spadon que resgata a carreira de Zequinha de Abreu, contando com o apoio do renomado cineasta, produtor e ator Carlo Mossy, que já atuou em 41 filmes, além de peças de teatro e novelas de TV. Mossy além de começar carreira no auge do cinema novo, também foi um dos maiores nomes da pornochanchada no Brasil. Com um elenco que, por sua vez, gratifica atores clássicos do cinema brasileiro que já fizeram sucesso no mainstream, tudo leva a crer que "Só Pelo Amor Vale a Vida" será mais um projeto independente que não ficará chorando pelo leite derramado no Ministério da Cultura.



EM BREVE, NOVAS PRODUÇÕES SERÃO COMENTADAS NO BLOG "A BÍBLIA DO CINEMA". ENVIE COMENTÁRIOS, SUGESTÕES E CRÍTICAS.




OBS. O autor deste texto não recebeu dos seus realizadores nenhuma cópia integral dos filmes comentados acima.