SIR ISAAC BARDAVID GRAVA ENTREVISTA BIOGRÁFICA PARA O GRANDE LIVRO SOBRE NOSSA DRAMATURGIA

Pois bem, pessoal. Mais um grande encontro histórico. Neste dia 20 de dezembro de 2021, eu gravei uma entrevista com a lenda viva, Isaac Bardavid, para a grande obra que está sendo elaborada e que envolve todos os artistas sobreviventes da DRAMATURGIA BRASILEIRA, e que foi documentada ao longo dos anos no formato de jornalismo audiovisual e textual. Este é um espaço sobre cinema e possuo outras revistas eletrônicas que tratam sobre teatro, TV e WEB, porém, hoje pretendo esticar a corda injetando os citados segmentos.

ISAAC BARDAVID marcou época trabalhando como ator de teatro, cinema e TV no século XX. Iniciou carreira no teatro (em meus registros foi em 1949), mas vocês poderão conferir em breve o depoimento que ele gravou para o meu projeto neste último 20 de dezembro, via video conferência. Normalmente quando se trata de uma entrevista biográfica, o tempo é prolongado além do usual. Não quis abusar da saúde do nosso "convidado", mesmo assim, ele fez questão de dar o melhor de si, uma marca registrada que apresentou desde seus primeiros trabalhos na TV, realizados a partir de 1956, no Teatro de Variedades, na TV Rio. Filho de judeus turcos que trocaram Istambul e Iznir por Niterói há quase cem anos, considerando que nasceu em 13 de fevereiro de 1931. Como todo bom aquariano, o então jovem cedeu a Arte e ao ramo do entretenimento. Entre 1959 e 1961, também prestou serviços como dublador ao Estúdio de Dublagem Cine Castro, no Rio de Janeiro. Em tempos de pioneirismo da Televisão Brasileira, Isaac trabalhou como ator em produções de sucesso da Globo, tais como "Irmãos Coragem" (1970), "Selva de Pedra" (1972), "Fogo Sobre Terra" (1972), "Gabriela" (1975) e "Escrava Isaura" (1976). Estranhamente nunca teve um contrato vitalício na emissora e sim contrato por obra. Depois, em seguida, vieram outros êxitos da época dourada da televisão: "O Feijão e o Sonho" e "Vejo a Lua no Céu" (ambas de 1976), "Locomotivas" (1977), "O Astro" (1977-1978) e "Terras do Sem-Fim" (1981), que, na minha visão, encerram um ciclo iluminadamente clássico na carreira de Bardavid. Mais tarde, ele faria "Eu Prometo" (1983), a última novela de Janete Clair, e também participaria de uma das primeiras novelas da Manchete, "Dona Beija" (1986). Ainda assim, retornaria a Globo na minissérie "O Primo Basílio" (1988). Vale destacar que não incluí, nestas linhas, os casos especiais e programas humorísticos (no Chico Anísio Show, dublou o Bruce Kane, alguém lembra?).Desenhos animados, inúmeros (vide wikipedia), não sou tão aficionado, assim, mas admiro quem prestigia essa modalidade. Enfim...

NUMA CENA COM A ATRIZ LÉA GARCIA, NOVELA "ESCRAVA ISAURA" (1976)

No período de ouro da televisão, Isaac estava entre as vozes mais solicitadas dos estúdios. Ele era chamado para dublar quase todas as produções estrangeiras onde assinava contrato e foi normalmente era muito bem acolhido pelos fãs. Tornou-se um "ídolo da dublagem", com o avançar das décadas, encarnando personagens icônicos em desenhos animados, séries de TV e filmes internacionais. Jamais abandonou a carreira artística e segue firme até os dias de hoje, com seus bem vividos 90 anos de idade. "A voz nunca me deixou na mão", garantiu numa entrevista ao site Agência Brasil. E se Deus permitir ainda seremos brindados por muitos trabalhos dele que virão neste conturbado novo milênio. Constatei esses dias que o senhor Bardavid (eu prefiro chamá-lo de "Sir Isaac Bardavid"), de fato, é onipresente. Esses dias numa das poucas folgas que tive, assisti vários episódios da quinta temporada de "The Blacklist", onde ele não apenas dubla um dos principais coadjuvantes, o ator Clark Middleton (que faz Glen Carter), um colaborador do protagonista encarnado por James Spader (Raymond Reddington). Fiquei, no plano de espectador, realmente impressionado com o folego de gato que ele tem (seria melhor afirmar que ele tem folego de tigre de bengala). Mas, enfim... Dublagem é um trabalho que requer feeling e muita habilidade. Se eu como profissional que sou, cineasta e dramaturgo, já admirava seu trabalho, agora virei seu fã. Mesmo no plano das dezenas de biografias que documentei durante este ano, nunca deixei me levar pela emoção ou alimentar iconografias. Dos 155 entrevistados que gravei este ano, o ator e dublador está entre dez melhores em matéria de comportamento exemplar e generosidade jamais testemunhados ou compartilhados antes, neste espaço.

ISAAC DUBLA CLARK MIDDLETON, PERSONAGEM FOLCLÓRICA DA SÉRIE "THE BLACKLIST".

De voz inconfundível, Isaac Bardavid dublou centenas de personas que fizeram parte da geração dos meus avós e pais, mas os mais jovens lembrarão da representação que fez focada no ator australiano Hugh Jackman ("WOLVERINE"). Bardavid dublou todos os longas-metragens de "X-MEN". Não poderia deixar de fora Anthony Hopkins (como Odin em Thor e diversos outros personagens), Alec Guinness (Obi-Wan Kenobi, de Star Wars), Robert Englud ("Freddy Krueger), Clint Eastwood e muitos. A imensa lista de trabalhos de ISAAC BARDAVID não caberia neste espaço. São milhares de trabalhos dublados e não somente centenas. Vou me esforçar em um resumo meramente ilustrativo porque o conteúdo vitaminado, o leitor irá conferir na sequência, seguindo os próximos passos do projeto.

ISAAC BARDAVID IMPRESSIONOU O ATOR DE SUCESSO, HUGH JACKMAN, O NOSSO WOLVERINE

ANTOHONY HOPKINS

PRINCIPAIS TRABALHOS:

CINEMA: "A Virgem Prometida" (1968), "Um Sonho de Vampiros" (1969), "Os Campeões" (1983), "My Father, Rua Alguém 5555" (2003), "O Escaravelho do Diabo" (2016), "Historietas Assombradas, O Filme" (2017), "Os Carcereiros, O Filme" (2019), "Karsmênia" (2020), "Pecado Vermelho" (2020), entre muitos.

TEATRO: "Dias Felizes" (1949), "O Dote" (1950), "Nina" (1952), "A Banana que Gostava de Macaco" (1953), "Será que Papai Noel Existe?" (t1953), "Gay Bar" (1954), "Mortos sem Sepulturas" (1955), "A Cidade Assassinada" (1960), "A Beata Maria do Egito" (1961), "O Santo Inquérito" (1966), entre dezenas que entrarão em destaque no projeto.

NOVELAS NA TV GLOBO, onde ISAAC BARDAVID deixou sua marca através de interpretações foram as seguintes: "Irmãos Coragem" (1970), "Selva de Pedra" (1972), "Fogo Sobre Terra" (1974), "Gabriela" (1975), "Escrava Isaura" (1976), "O Feijão e o Sonho" (1976), "Vejo a Lua no Céu" (1976), "Locomotivas" (1977), "O Astro" (1977), "Terras do Sem-Fim" (1981), "A Viagem" (1994), entre outras . Também atuou em minisséries como "O Primo Basílio" (1988), "Desejo" (1990), seriados, tais como "Malhação" (2008) e humorísticos como "Chico Anísio Show", "Zorra Total" (2008), etc.

Seguindo o mesmo ritmo das demais entrevistas já difundidas por aqui sobre nomes consagrados do teatro, da televisão e do cinema, o público poderá conferir UMA "VERSÃO INTERNET - EM FORMATO DE PROGRAMA DE TV" sobre a futura obra que estará disponível em breve no canal no you tube "POINT DA NOSTALGIA" e na revista eletrônica de mesmo nome que disponibilizaremos o link. E fica registrado o meu sútil agradecimento a atriz Élida L'astorina, uma de nossas próximas personalidades de resgate.

Um conhecido meu (sim, existe diferença gritante entre "amigo" e "conhecido"), dos tempos de rock and roll, shows e eventos de resgate em outras áreas da cultura na primeira década de 2000 (acho melhor não citar o nome dele), que me disse uma vez que o panettone de natal da Globo era o Roberto Carlos. Eu posso dizer que, neste final de ano, sem demagogia, que o meu panettone foi essa entrevista histórica com Isaac Bardavid. Na verdade, apesar de um ano difícil em vários níveis, posso dizer que tive "panettones" o ano inteiro. Encontrei muitos artistas consagrados dispostos a colaborar com o já citado projeto e presumo que a tendência é essa rede ampliar cada vez mais com novos resgates. O público, aqui, desta morada digital, só tem a agradecer. Shalom!

TEXTO: Emerson Links.

A MATÉRIA FOI ESCRITA EM TEMPO REAL. PERIODICAMENTE É CORRIGIDA E ATUALIZADA, DE ACORDO COM NOVAS FONTES SOBRE O ARTISTA.